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A saúde de mulheres e crianças tem sido considerada prioridade para as políticas públicas com o objetivo de promover que esta população alcance, por meio do cuidado em saúde, as melhores condições de vida. São objetivos específicos centrais das políticas para esses grupos a redução a mortalidade materna, infantil e neonatal e o desenvolvimento de ações que garantam as boas práticas clínicas e minimizem as desigualdades regionais. Diferentes iniciativas têm se somado para alcançar melhores resultados e melhor qualidade da atenção a esse público. Este livro busca contribuir com essas iniciativas e para isso conta com olhares de diferentes atores envolvidos na construção de melhor atenção à saúde de mulheres e crianças. São profissionais do fazer da assistência que oportunizam reflexões importantes ao campo acadêmico e da gestão sobre a saúde de mulheres e crianças.
Segundo estudo do Banco Mundial, o Brasil ocupa o 4.º lugar do ranking global de casamentos com menores de dezoito anos. Quando tomamos esse dado a partir das lentes de gênero, observamos que as meninas são as que mais sofrem com essa prática por pressões sociais e/ou culturais e pelo contexto de desigualdade em que se encontram. Ao explicitar e comprovar que o casamento infantil é, em todos os sentidos, uma violação aos direitos humanos, Luiza Sartori lança luz sobre uma questão que afeta profundamente a vida das crianças e contribui para que a sociedade se conscientize e atue, efetivamente, em prol da garantia de direitos e da proteção das crianças e das meninas. Para a Plan International Brasil, organização internacional que atua no Brasil desde 1997 e que há anos vem pautando a necessidade de olhar para essa questão, o livro é um forte aliado.
A publicação deste livro sobre doenças raras envolvendo narrativas, memórias e trajetórias de cuidado com familiares de crianças e adolescentes com doenças raras constitui um passo importante nas pesquisas que a socióloga e psicóloga Martha Moreira vem desenvolvendo sobre condições crônicas complexas em saúde no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz. A pesquisa tem o mérito de penetrar na trama das doenças raras a partir de diversos enfoques que consideram tanto a definição do tema, como as memórias e trajetórias de familiares e as pesquisas ações de apoio em desenvolvimento. Dados da Global Genes, organização internacional sem fins lucrativos, demonstram que existe aproximadamente 350 milhões de indivíduos no planeta que manifestam algum dos sete mil distintos tipos de doenças raras. Tais informações confirmam a importância de estudos que organizem as informações sobre as condições de vida e de cuidados destes indivíduos.
Em toda a nossa história, a humanidade tem usado as práticas religiosas para lidar com situações sociais e existenciais limite. Hoje, no Brasil, isso se expressa na expansão das igrejas evangélicas, principalmente nas classes trabalhadoras. Elas oferecem apoio social, reinserção comunitária e reelaboração de identidades fragilizadas, principalmente em países com políticas sociais limitadas, como o nosso. Porém, paradoxalmente, suas vertentes mais fundamentalistas e que mais crescem têm assumido um ideário de intolerância e neoconservadorismo. Isso se reflete diretamente na atual política de drogas, com a expansão das chamadas comunidades terapêuticas. Esse é um livro corajoso, que coloca novas luzes sobre essas várias questões, de forma crítica, mas respeitosa, complexa e interdisciplinar. É imprescindível para todos os profissionais, estudantes, gestores e trabalhadores que atuam nas áreas da saúde, saúde mental, drogas, educação, assistência social, no Sistema de Justiça, pastorais etc. Também é dirigido para todas as pessoas que valorizam suas vivências religiosas e/ou espirituais, que com certeza serão mobilizados a aprofundar suas experiências pessoais neste campo.
Quisemos neste volume 10 da coleção trazer à tona os relatos vivos e encarnados de casos e causos, mostrar como e com quais referências as práticas contemporâneas vêm organizando-se na Rede de Atenção Psicossocial Brasileira (Raps). E pôr em evidência que essa rede é tecida de inúmeros dispositivos e serviços e alicerçada em bons repertórios teóricos. Optamos aqui pelo destaque dos serviços tipo Caps, em suas diferentes modalidades, dos leitos de Saúde Mental em Hospital Geral e de equipamentos e estratégias ligadas à Atenção Básica pela função intrínseca que a clínica tem em sua fundação e manutenção, sem com isso negar que diferentes perspectivas terapêuticas e de clínica(s) também podem produzir-se em outros pontos de atenção.
Esta obra é uma das filhas de um projeto Ede pesquisa amplo, pioneiro e interdisciplinar concebido e dirigido pela professora Maria Luiza Marcílio, intitulado ¿A família e a criança na História Social brasileirä. Este projeto que se estendeu por dez anos, e de onde saíram dezenas de teses, dissertações, livros, artigos e conferências ¿ no Brasil e no Exterior ¿ foi desenvolvido no Centro de Demografia Histórica da América Latina, o Cedhal, da Universidade de São Paulo e marcou a historiografia brasileira, com a introdução do tema da infância, particularmente da infância marginalizada, na História. A História social da criança abandonada está calcado em poderosa base empírica, representada por milhares de documentos levantados nos arquivos e bibliotecas do Brasil e do Exterior, além da melhor metodologia da História Social. O livro busca resgatar a trajetória do fenômeno do abandono de crianças, desde a Antiguidade até o Brasil contemporâneo. A história das políticas públicas que foram sendo inventadas para proteção e assistência da infância desamparada é desvendada ao longo da História. Pela primeira vez, tem-se uma síntese da história dos excluídos, ou seja, a criança abandonada na História da Europa e na História do Brasil.
Um coletânea de textos, o livro propõe uma reflexão sobre as artes cênicas no início do século XXI, analisando os transbordamentos que abriram o espaço da criação rumo a seu exterior. A partir do questionamento de marcos, contextos e situações que atravessam um projeto de criação, pesquisadores e artistas construíram um espaço de reflexão sobre a dimensão pública da cena teatral no presente. O núcleo do trabalho é a investigação sobre os modos de ser e construir um contexto público na contemporaneidade, ou seja, sobre as estratégias cênicas, performativas, éticas e políticas que projetam essa dimensão sobre o acontecimento artístico. A partir dessa proposta, os textos reunidos no volume analisam o sentido das práticas artísticas contemporâneas em relação a seu entorno.
Este livro deslinda o processo de medicalização que emerge como objeto de estudo no campo da Sociologia da Saúde, a partir segunda metade do século XX, e se desdobra nas vozes de Irving Zola, Ivan Illich, Peter Conrad e Michel Foucault; principais teóricos da crescente influência da medicina em territórios que até então não lhe pertenciam. No decorrer dos anos, o termo vem sendo apropriado por várias áreas e disciplinas da saúde e da educação, entre outras, de forma abrangente e imprecisa, tornando necessária a retomada da discussão conceitual de suas bases teóricas. Aqueles que buscam um mapeamento rigoroso das diferentes perspectivas e fundamentos que dão sustentação aos processos de medicalização, vão encontrar nesta publicação um guia que permite discernir as principais forças motrizes e cotejá-las com as mudanças na contemporaneidade.
O livro Corpo com deficiência em busca de reabilitação? A ótica das pessoas com deficiência física tem por objetivo principal discutir o que é Reabilitar. A reflexão sobre o tema considera os testemunhos de Nina, Sérgio e José Roberto, que ao relatarem suas histórias de vida e vivências nos serviços de reabilitação, nos provocam a questionar as premissas epistêmicas e éticas nas quais estão arquitetadas as práticas dessa área no campo da saúde. A proposta do texto é compreender o imaginário social que se tem sobre o corpo com deficiência na nossa sociedade, como a influência positivista e cartesiana se manifesta nas ações técnicas sobre o corpo com deficiência, na organização dos serviços e nos modelos assistenciais de reabilitação. Os depoimentos oferecem pistas valiosas para o rompimento com as propostas organicistas e reducionistas de reabilitação, apresentam sugestões na direção de abordagens que considerem o corpo com deficiência como dotado de desejo e de voz, que é afetado pelos bons e maus encontros, que está em relação com outros corpos e com o mundo de forma política, no sentido espinosano do termo. Trata-se de um livro para profissionais da saúde e da reabilitação, para educadores e para outras pessoas e profissionais que se interessem pelo tema.
Este livro destaca-se pelo fato de inserir a colonização em um quadro de referência maior, ampliando nossa concepção da Época Moderna, não só pelo Renascimento, pelas reformas, pelo Iluminismo, mas também pela existência no Antigo Sistema Colonial da Época Mercantilista. Enfim, especifica-se o lugar da colonização do Novo Mundo naquele período histórico. Em tempos de vigência da ¿história em migalhas¿, o leitor será contemplado com a análise de algumas questões fundamentais para as Humanidades. Os termos colônia, colonização e seus derivados são de largo uso em História e nas Ciências Sociais. Neste livro teremos oportunidade de compreendê-los como conceitos densos e singulares, correspondentes a um determinado período da história ocidental na Época Moderna (séculos XVI-XVIII) que, entre outros aspectos, iluminam a compreensão de nosso presente. Fernando Novais também enfrenta exemplarmente o desafio de estabelecer e especificar o acontecimento e o quadro geral no qual este se insere, e sobretudo, os nexos e as possíveis relações entre ambos (evento, estrutura). Por fim, deve-se registrar a lição de que nas sociabilidades humanas nada é perene, nada é eterno. Cada forma de organização e sociabilidade contém os elementos que levam à sua superação. Também aqui explicita-se o conceito de ¿crise¿. Este supõe a existência de uma estrutura (a sincronia, um determinado ordenamento), e o seu esgotamento supõe uma dinâmica (diacronia, o referido ordenamento no tempo histórico). No conjunto, o texto examina e ilustra as delicadas relações entre determinismo e liberdade, acaso e necessidade. ¿ Rogério Forastieri da Silva
O livro de Ney Piacentini sobre o ator, diretor e professor Eugênio Kusnet preenche uma imperdoável lacuna sobre a influencia e o significado do trabalho de um dos mais influentes personagens da historia do moderno teatro brasileiro. Kusnet participou da formação dos dois mais importantes grupos que já tivemos, o Arena e o Oficina, ensinando e treinando nossos atores a trabalhar seus papéis, baseado numa peculiar e meticulosa abordagem do método do diretor, ator e teórico russo, Constantin Stanislasvski. Piacentini é ator de um dos mais valiosos grupos teatrais da atualidade a Cia do Latão, e foi presidente da Cooperativa Paulista de Teatro, agremiação fruto do trabalho de gerações, pioneira e fundamental no desenvolvimento do teatro paulista. Ney narra a trajetória do mestre Kusnet por meio de documentos, reportagens e, principalmente, depoimentos de prestigiosos profissionais como Fernanda Montenegro, Renato Borghi, Walmor Chagas, José Renato, Flávio Migliaccio, Miriam Mehler, Maria Della Costa e José Celso Martinez Correa. Um livro escrito com a inspirada devoção de quem entende o teatro como estímulo transformador. Essencial para quem se interessa pela nossa arte. ¿ Paulo Betti
Este livro resulta de um projeto de pesquisa internacional, desenvolvido no âmbito de uma rede de pesquisa pluridisciplinar, ¿Memória e sociedades (direito, história, filosofia, arte e literatura)¿, iniciativa da COMUE de Lyon, e que congrega suas universidades e instituições superiores, com a participação da Universidade de São Paulo e da Universidad San Martín de Buenos Aires. Os quinze artigos, que compõem Memória e trauma histórico, versam sobre memória, história, trauma histórico e testemunho em contexto europeu do pós-Segunda Guerra Mundial e latino-americano ditatorial e pós-ditatorial, tanto na literatura quanto no cinema, embora predominem estudos voltados para a arte da palavra. Oportuna a publicação deste livro, em tempos de rememoração dos 50 anos da ditadura brasileira.
Este livro dirige-se a quem se interessa pela produção cultural ligada à população em situação de rua das grandes cidades, seja como autores, seja como objetos de produção culturais várias. Os ensaios situam o conceito de marginalidade e, mais especificamente, o de literatura marginal, que trazem em si, inevitavelmente, o delineamento de espaços, uma vez que a palavra margem se contrapõe à ideia de centro, mesmo que tal relação, tão complexa, possa ser questionada e deslocada por diversos ângulos. De qualquer forma, não se pode escamotear o aspecto político aí contido, fruto das relações de poder que atravessam os espaços e, mais do que isso, os conformam. Incluam-se nessas cartografias o espaço da própria história da literatura em sua diversidade.
Existe um consenso relativo aos conteúdos da evolução da História como uma disciplina autônoma a partir do século XIX. Segundo este, a História privilagiava a dimensão política, e estaria comprometida com um viés nacionalista, possuindo uma concepção muito estreita sobre o que considerava ¿fatö e ¿fontes¿. Ainda no século XIX, passou a existir uma atitude crítica em relação a esta maneira de fazer História, que culminaria na fundação da revista Annales, em 1929. Estabelecia-se uma renovação nos estudos históricos, caracterizados por maior integração da História com as Ciências Sociais, cujos desdobramentos deram origem à Nova História. Este livro discute esta forma de concepção do desenvolvimento da História da historiografia contemporânea. Examina, em primeiro lugar, a formação de um setor do conhecimento no interior da História como disciplina, os estudos historiográficos, ou seja, o estudo da história dos escritos históricos, métodos, interpretações e suas controvérsias. Reexamina, à luz da história dos estudos históricos gerais, a historiografia sobre a Nova História e seu posicionamento no contexto da História da historiografia contemporânea. Por isso, este livro pode ser também considerado um balizamento para a construção de uma história das histórias gerais da historiografia, procurando incorporar algumas das principais perspectivas historiográficas contemporâneas.
No cenário do espaço urbano quais grupos deixaram de ser visíveis e passaram a ser invisíveis? Quem os viu, reparou? Os autores deste livro olharam, viram, e não aceitaram passivamente a cegueira social a determinados grupos. Descruzaram os braços e escreveram os capítulos que compõem a presente obra. A partir de suas pesquisas intentam ampliar nossa observação para além de nossos próprios interesses, e diminuir nossa insensibilidade social. Não se pretendeu esgotar a discussão relativa à temática do livro, nem seria possível, mas é chegada a hora de responder ao nosso questionamento inicial, esperamos contribuir para a sensibilização dos leitores aos grupos em vulnerabilidade social. Eles existem, estão em cenas no espaço urbano e precisam ser vistos, e reparados. A invisibilidade e nossa indiferença só faz aumentar as desigualdades com o restante da população e restringir suas oportunidades de mudança. O compromisso social está expresso nesta obra, mas ela precisa continuar com o envolvimento de você leitor. A leitura, a crítica e a continuidade dessa construção o convida ao protagonismo na forma de pensar e enfrentar velhos e novos problemas sociais.
Eis um livro reflexivo que busca compreender o caráter do trabalho médico na atenção primária do SUS. A autora partiu do conceito marxiano de alienação e o desdobrou em outras abordagens que tornam a alienação dinâmica, como espressão de vária modalidades de existir em sociedade. O obsjetivo é o trabalho médico e suas formas de envolvimento e afastamento (alienação) com os componentes do trabalho em saúde.
O livro parte de um problema específico, que se situa no confronto entre a política mundial de guerra às drogas e o direito universal preconizado pelo SUS. Ao longo do livro analisou-se esse confronto a partir da tensão entre dois paradigmas: o paradigma da Abstinência e o paradigma da Redução de Danos. Os dois conceitos travam batalha ao longo do livro, ora no subsolo por meio dos problemas que os fundamentam, ora na superfície pelas redes que os sustentam. O problema específico entre o campo da saúde e a política de guerra as drogas se apoia num problema mais amplo e geral: de que forma o problema posto à vida dos usuários de drogas diz respeito a uma problemática mais geral das tecnologias de governo da vida? Situar, historicamente, a emergência do ¿dispositivo drogas¿ se tornou a estratégia para confrontar a racionalidade neoliberal a perspectiva dos territórios marginais, junto à população em situação de rua, ali onde o direito universal se confronta com toda violência da guerra às drogas.
A história vem se aproximando nos últimos anos da saúde coletiva, integrando o que se conhece como uma de suas áreas construtoras, a chamada ciências sociais e humanas. A obra aqui apresentada traz uma reunião de propósitos: por um lado, atenta para as metodologias que a historiografia recente vem produzindo para contribuir com as investigações que necessitam buscar dimensões temporais e, por outro lado, indica questões e temas considerados fundamentais na compreensão da saúde coletiva e medicina, ganhando interpretações recentes, resultando numa obra inédita que traduz os anseios dessa área de estudos e práticas.
"O lugar era Macerata, província de Le Marche, centro da Itália, já Itália, já unificada; região de montanhas, de origem perdida na história dos Picenos. Construída como tal na Idade Média, com suas muralhas, com suas casas de pedra, da pedra abundante naquelas montanhas; e depois, no Renascimento, enriquecida pela Università, de 1540, das primeiras do nascente país. O ano era o de 1886. Tudo aqui vai ser mentira e verdade, imaginação, lembrança minha, saudade e um pouco de História. É só isto. Valerá pelo que vale."
Os desequilíbrios nas relações sociais do Brasil sempre foram muito graves, porém não reveladores de tensão que pudesse abalar o statu quo das elites como no momento presente. A crise brasileira ¿ administrativa, econômica, política e moral ¿ é tão profunda atualmente que já começa a afetar os interesses no seio da própria elite, como vemos agora no embate entre o Congresso Nacional (através do Senado Federal) e o Judiciário (na instância do Supremo Tribunal Federal-STF) por conta dos interesses que ambas as instituições têm no âmbito do Executivo ¿ pois é este que tem o controle do orçamento do Estado brasileiro. Porém, tudo isso só pode ser compreendido com base no entendimento do processo histórico, visto que a política traçada no Brasil sempre privilegiou, sobretudo, as elites econômicas e política em detrimento das classes subalternas. Esse processo sempre foi fonte de uma crise permanente, mas restrita aos segmentos sociais menos favorecidos. Esgotando as possibilidades de transferências de renda dos pobres para os ricos, o conflito torna-se inevitável. Numa instigante e provocativa análise, os autores fazem o resgate histórico dessa política e como saída para a crise propõem a construção de um Projeto Nacional.
Os anos que se seguiram à abdicação do primeiro imperador foram anos de ação, de reação e de transação. Foram também anos de revoltas, rebeliões e insurreições negras. Este trabalho procura captar, ao menos em parte, as trajetórias daqueles que viveram esse tempo singular. Ele resulta das questões que foram selecionadas e traduzidas sob a forma de objetivos, isto é, as questões referentes ao Estado imperial, à classe sensorial e aos dirigentes saquaremas, como construção historicamente determinada, e não como noções e conceitos previamente dados.
A história da desigualdade de Pedro Ferreira de Souza é uma história dos ricos. Faz sentido olhar para o topo: uma parte imensa da renda está lá. Por essa razão, toda flutuação na renda dos ricos tem um peso desproporcional na evolução da distribuição total. Quando a concentração é muito alta, os ricos conduzem a dança. Conduzem, mas não ditam como deve ser o baile. Este livro encaixa uma peça importante no quebra-cabeças da história econômica brasileira. Com ele, aprendemos sobre quem ganhou mais e quem ganhou menos em quase um século de desenvolvimento. Trata-se do resultado de um trabalho cauteloso, que envolveu uma coleta de dados atenta, selecionou as informações mais precisas e usou as melhores ferramentas, a fim de apresentar a série histórica mais longa e completa sobre a desigualdade no Brasil. ¿ Marcelo Medeiros
Afetos, Relações e Encontros com Filmes Brasileiros Contemporâneos, de Denilson Lopes, preenche uma lacuna na bibliografia de estudos sobre o cinema brasileiro dos últimos anos, após o chamado Cinema da Retomada, que se preocupou em conciliar qualidade e alcance comercial na busca de um público perdido desde o fim dos anos 80. Buscando entender esta mudança, o foco do livro, nos seus 10 ensaios são os trabalhos de jovens realizadores que chegaram entre 2009 e 2016 ao seu primeiro longa-metragem entre os quais, Eryk Rocha, Julia Murat, Clarissa Campolina, Leonardo Mouramateus, André Antonio, Uirá dos Reis, Guto Parente, Luiz e Ricardo Pretti, Pedro Diógenes, Marcelo Caetano, Petra Costa, Gustavo Vinagre, entre outros. O livro propõe uma leitura crítica que é ao mesmo tempo aposta e reflexão sobre o que é ser um jovem artista hoje em dia, pressionado pela indústria cultural e pelo aumento de custo de vida, que busca pela arte outras formas de criar e de viver em conjunto. Para tanto, os filmes são lidos a partir dos estudos contemporâneos sobre os afetos. Estes constituem uma área teoricamente diversificada, bastante desenvolvida no mundo anglófono, mas ainda pouco explorada no Brasil, sobretudo aqui, na sua articulação com sugestões vindas de Deluze e Guattari, dos estudos voltados à encenação entre outros.
Os ensaios reunidos neste livro se unem no propósito de desvendar a riqueza e a complexidade da obra de Osman Lins, que tem muito a nos dizer em nossos dias.
Uma das principais virtudes do presente livro é oferecer uma clara e sólida visão de conjunto do complexo desenvolvimento da história da saúde no Brasil, desde o fascinante período colonial até o revolucionário movimento das reformas sanitárias do século XX. Outra característica fundamental da obra é que os artigos não só contextualizam os principais acontecimentos ocorridos em períodos-chave, prestando atenção às interações transnacionais entre o Brasil e outros países, mas também apresentam o estado da arte sobre suas interpretações, assim como uma perspicaz reflexão sobre as fontes arquivísticas e as principais referências bibliográficas que existem para conhecê-las. Não menos importante, e grande diferencial deste livro, é a apresentação de perspectivas panorâmicas acessíveis, profundas e concatenadas, além de atualizadas com os marcos teóricos e as temáticas da historiografia internacional. Esse livro constitui uma referência obrigatória para os estudiosos da História da Saúde brasileira, uma ferramenta imprescindível para pesquisadores e uma leitura estimulante para todos os interessados em reconhecer a diversidade e a riqueza da cultura do Brasil.
"Este livro trata de um tema pouco estudado pelos pesquisadores brasileiros: a saúde da população carcerária, em particular, sua saúde mental. Configuram e orientam este importante trabalho os seguintes pontos: uma breve historia das prisões enquanto instituições; os dispositivos legais nacionais e internacionais que regem o tratamento dos presos; o conceito de atenção psicossocial que deve ser incorporado à assistência aos apenados com problemas mentais; o perfil dos presos; as condições ambientais, demográficas e sociais; as condições de saúde em geral e de saúde mental; os problemas de acesso a propostas de prevenção e tratamento; e as consequências da (des)assistência sobre a ressocialização e reincidência nos crimes." - Texto extraído do prefácio de Maria Cecília de Souza Minayo.
Esta pesquisa consegue, não perdendo a possibilidade de valorizar a intersubjetividade como elemento de determinação na vida de trabalho dos sujeitos analisados, utilizar um modelo epidemiológico de investigação que ao generalizar suas individualidades, está tão somente a serviço de uma discussão mais sistematizada dos determinantes psicossociais nos agravos à saúde mental dos trabalhadores de um setor. O estudo de caso que estabelece associações entre características do processo de trabalho e o sofrimento psíquico de 1.525 trabalhadores de hospital geral de 412 leitos no município de São Paulo, através de análises estratificadas, controladas por variáveis confundidoras e/ou modificadoras de efeito, é pioneiro no país. A própria natureza surpreendente dos resultados, associada à cuidadosa elaboração metodológica do estudo, faz desta investigação uma contribuição das mais instigantes para os estudiosos de saúde coletiva da psicopatologia do trabalho, e para os principais e mais diretamente interessados, no caso, os trabalhadores.
Criar a nação, em seus dezessete estudos específicos ¿ cada um sobre um nome de um país da América Latina, nela convenientemente incluídos Brasil e Haiti ¿ reunidos por José Carlos Chiaramonte, Carlos Marichal e Aimer Granados, é muito mais do que um somatório de notáveis competências de historiadores profissionais. É uma obra que, tanto na autonomia de seus capítulos quanto na forte unidade que os aproxima, retoma clássica e pertinente temática ¿ a das nações, Estados e identidades nacionais ¿ inovada por um sentido de inserção do estudo do passado na contemporaneidade cujo poder e pertinência aqui são sobejamente demonstrados. Trata-se de uma história que, ao mesmo tempo que não se limita à academia, contribui admiravelmente para a dilatação desta como locus de conhecimento, pensamento crítico, logo, de elevada atuação social. O leitor de língua portuguesa, ao qual esta obra agora se apresenta, seguramente saberá dela desfrutar. ¿ JOÃO PAULO PIMENTA, Universidade de São Paulo.
Os resultados da pesquisa empírica da autora deslocam os sentidos e significados do sofrimento mental na infância, que muitas vezes, ficam restritos aos consultórios e serviços de saúde. O seu estudo busca compreender o fenômeno da depressão para além dos discursos médico e adulto, numa abordagem socioantropológica dos problemas mentais na infância. ¿ Texto extraído da apresentação de Aurea Ianni da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Em sua tese de doutorado sobre moda, ao final dos anos 1940, Gilda de Mello e Souza falou de uma ¿estética sociológicä para indicar seu débito com seu orientador Roger Bastide, mas acabou ¿corrigindo¿ a expressão para ¿sociologia estéticä. Agora leitores e leitoras podem conferir, em primeira mão, o que seria uma ¿estética sociológicä, expressão forjada por Georg Simmel (1858-1918) para intitular um de seus ensaios capitais dos anos 1890. Coligidos em torno dessa ideia, 18 textos abordam temas variados e de maneiras também variadas, escritos para contextos e públicos diferentes e com dicções distintas. Mas, em todos eles, pulsa a criatividade e engenhosidade espetaculares de Simmel, impulsionando-nos, incansável, a pensar com ele, a pensar para além dele e, assim, explorarmos um mundo que sempre pede para ser visto sob mais uma nova perspectiva.
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