Om Coisas que não Deves Fazer se Queres ser Escritor
É com grande satisfação que apresentamos ao público brasileiro e português esta nova obra do consagrado escritor espanhol Francisco Angulo, "Coisas que não deves fazer se queres ser escritor".
Angulo é um autor multifacetado, autor de mais de uma dezena de romances abrangendo desde ficção científica e fantasia até suspense e romances históricos. Seu nome já é amplamente conhecido na Espanha e em outros países europeus, mas esta é a primeira vez que uma de suas obras ganha uma edição em português. Certamente será uma grata surpresa para os leitores brasileiros descobrirem este talentoso escritor.
O livro que tenho o privilégio de apresentar é uma coletânea de contos humorísticos em que o autor relata, de forma irônica e bem-humorada, situações absurdas, azares e percalços na vida de um aspirante a escritor.
Cada pequena história é narrada com maestria, inteligência e muito bom humor por Angulo. Por meio de uma prosa envolvente e repleta de ironia, o autor ridiculariza atitudes pretensiosas, desventuras cabulosas e os descaminhos que todo aprendiz de escritor deve evitar.
Angulo escreve com uma leveza e um sarcasmo únicos, transformando situações frustrantes e embaraçosas em narrativas hilárias. Sua habilidade em capturar o lado cômico da vida é surpreendente. Ele consegue provocar o riso em situações nas quais muitos de nós apenas conseguiríamos enxergar motivos para lamentações.
Cada conto funciona como uma pequena fábula, uma lição de vida apresentada com muito bom humor. No entanto, por trás das trapalhadas do narrador, é possível entrever a sabedoria e a sinceridade de um escritor experiente, que deseja apartar futuros colegas de profissão dos equívocos e atalhos fúteis que ele mesmo já cometeu.
É justamente aí que reside o grande mérito desta obra. Por meio do humor e da autocrítica, Francisco Angulo oferece conselhos valiosos e alertas quanto a armadilhas em que todo aspirante a escritor corre o risco de cair.
O livro começa com o conto "Subornando as editoras", no qual o jovem protagonista, desesperado para ver seu romance publicado, decide presentear as editoras com presunto, numa tentativa absurda de "suborná-las" e garantir que seu manuscrito seja lido.
Em "Perseguindo os famosos", o autor narra as desventuras do narrador na sua obstinação em conseguir que celebridades literárias famosas leiam e endossem seu trabalho. Essas investidas, que incluem abordar os escritores em eventos e enviar cópias de seus livros pelo correio, inevitavelmente terminam em vexames.
Já no conto "O livro viajante", testemunhamos os infrutíferos esforços do narrador em fazer seu romance circular aleatoriamente entre estranhos, na esperança de que o "livro viajante" ganhe leitores. A ingenuidade do protagonista só não é maior do que seu azar, que transforma a cada passo esse intento num fiasco atrás do outro.
Em "Ninguém é profeta em sua terra", o autor ironiza a recepção morna que seu trabalho recebe justamente em sua cidade natal, enquanto em outras localidades mais distantes é aclamado. Essa
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